Apesar de um ano de calor escaldante, em 2022 a Ceriluz apresentou queda de 1,9%  no consumo de energia por parte de seus associados em relação ao ano anterior. Juntos os associados da Cooperativa utilizaram 153,5 milhões de quilowatts/hora (kWh) no ano que passou, enquanto que em 2021 essa demanda foi de 156,5 milhões de kWh. Basicamente essa redução se deu no setor menos influenciado pelo calor, o Industrial, que apresentou queda de 17,3% na energia utilizada, de 48,4 milhões de kWh em 2022 contra 58,6 milhões de kWh em 2021.

Distribuio Energia 2022 2Já as áreas que sofrem influência direta das altas temperaturas apresentaram elevação. Caso da Classe Rural, com aumento de 8,2% no consumo, passando de 63,4 milhões de kWh, em 2021, para 68,6 milhões de kWh, em 2022. Destaque aqui para a energia exigida pelos irrigantes que nos anos comparados apresentaram aumento de consumo de 24,7%, de 15,7 milhões de kWh para 19,5 milhões de kWh. Reflexo não só das altas temperaturas, mas também da falta de chuvas nos períodos quentes.

A Classe Residencial, onde as altas temperaturas refletem no uso da energia para climatização, o aumento foi de 6,2%, ou 9 milhões de kWh para 9,6 milhões de kWh, na comparação dos dois anos. A classe Comercial também cresceu 8% no consumo, assim como as demais classes atendidas – Poder Público, Iluminação Pública e Serviço Público – que elevaram o consumo em 1,24%.

Períodos mais quentes exigem mais energia

As épocas de verão tradicionalmente apresentam os maiores índices de consumo por parte dos associados. Destaque para os meses de janeiro e dezembro de 2022, onde as demandas ultrapassaram os 17 milhões de kWh em cada um dos meses. Já em junho foi registrada a menor exigência, quando esses mesmos associados consumiram 9,7 milhões de kWh, ou seja, pouco mais da metade em relação ao período de verão.

Estamos no verão, com altíssimas temperaturas, no mês de janeiro, tradicionalmente período de férias onde a população busca por descanso e lazer. Assim, especialmente considerando o calor atual, a praia e a piscina acabam sendo uma excelente alternativa para se refrescar. Porém, nem sempre é possível viajar ao litoral, nem ter piscina em casa ou fazer uma temporada em um clube, e muitas vezes, lagos e rios acabam se tornando uma alternativa acessível, contudo, um tanto perigosa, especialmente quando se está perto de usinas hidrelétricas.

A Ceriluz vem registrando a circulação de pessoas próximas as áreas de suas usinas para a realização de diversas atividades, desde a prática do banho, esportivas, náuticas e pesca, ou outras ainda mais suspeitas. Independente da atividade, todas elas são ilegais a uma distância de no mínimo 1.500 metros de qualquer estrutura física de usinas, especialmente nesse período em que registramos em nossos rios a ocorrência do Período da Piracema, de reprodução dos peixes. O acesso a área das usinas é totalmente proibido sem autorização prévia da Ceriluz, obviamente, por tratar-se de área privada.

Visando inibir esse tipo de atividade a Cooperativa possui câmeras de segurança em todas as suas usinas, para justamente controlar esse fluxo de pessoas nesses locais. Essas imagens são acompanhadas 24 horas por dia, pelas equipes da Central de Operação da Geração (COG), em sua sede administrativa, em Ijuí, e havendo qualquer atitude ilegal ou suspeita as autoridades policiais são comunicadas, inclusive, com acesso às imagens, se necessário. Nesse verão já foram realizadas abordagens policiais de pessoas que se aproximaram da barragem ou tentaram acessar a área da usina sem autorização.

A Ceriluz solicita que essas regras sejam respeitadas. Há placas de sinalização indicando esses limites. Não apenas por uma questão de legislação vigente, mas principalmente, para a segurança de todos. Áreas de usinas oferecem riscos especialmente pela variação da profundidade e correnteza das águas. Além da profundidade registrada nos lagos das barragens e riscos de tombamento de embarcações, a variação da geração ou mesmo algumas manobras nos vertedouros de usinas hidrelétricas podem causar o aumento súbito do nível e da correnteza do rio nas áreas próximas às barragens, possibilitando o arrasto de banhistas e o afogamento.

Entre os meses de agosto a dezembro desse ano a Ceriluz concedeu um desconto nas faturas de energia dos seus associados do Grupo B. Esse desconto representou uma redução média de 15,59% sobre as tarifas e foi concedido com o objetivo de anular o reajuste definido para essa classe pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no reajuste anual, para o período tarifário 2022/23. Na prática, os associados do Grupo B1 Residencial receberam em sua conta de energia um desconto de 10,41%, enquanto que os associados B2 Rural, receberam um desconto de 18,05%.

Considerando os meses em que o desconto esteve em vigor, de agosto a dezembro, um total de R$1,5 milhão deixou de ser cobrado nas faturas de energia dos associados, valor este que foi absorvido pela Ceriluz. O desconto vigorou até esse mês de dezembro, sendo percebido ainda nas faturas deste mês de janeiro, descrito como DESCONTO ASSOCIADOS. “Uma decisão de fazer um desembolso do caixa da Cooperativa para sanar algum impacto financeiro do associado precisa ser muito bem analisado, mas conseguimos fazer um planejamento financeiro para absorver esse reajuste e não repassá-lo aos associados. Assim, nosso associado do Grupo B, que representa 98% do quadro social, seguiu pagando a mesma tarifa atribuída a ele antes da data do reajuste, em julho”, avalia o presidente da Ceriluz Distribuição, Guilherme Schmidt de Pauli.   

A direção da Ceriluz já pensa em novas estratégias com o objetivo de não elevar as contas de energia do associado. Nos próximos meses entra em operação a CGH Augusto Pestana, usina cujo formato de gestão visa reverter os resultados para a redução das tarifas de energia dos associados. Ela será inserida no sistema como Geração Distribuída (GD) e seus resultados serão revertidos aos associados na forma de desconto. “Simplificando, será como se todos os associados tivessem lá em sua casa uma GD e gerassem sua própria energia”, explica Guilherme. Outros projetos de pequeno porte estão em andamento, com esse mesmo objetivo.

Guilherme de Pauli site2022É com muita alegria que dirijo algumas palavras aos nossos associados, pela primeira vez como presidente da Ceriluz Distribuição. Quero inicialmente agradecer ao voto de confiança dado pelo nosso quadro social ao aceitar a ideia de sucessão proposta pelo presidente Iloir de Pauli e os demais conselheiros dessa Cooperativa. É um desafio do tamanho da Ceriluz, mas o fato de termos ao nosso lado, grandes líderes preparados e com conhecimento sobre o setor elétrico, nos dá mais tranquilidade. De fato, hoje, é impossível administrar uma cooperativa de distribuição de energia sem ter profundo conhecimento sobre o setor elétrico, regulado e complexo. Atuo há mais de 15 anos na Ceriluz onde passei por diversos setores, o que já proporciona algum conhecimento para dar andamento a esse trabalho importante, mas claro, seguindo com o processo de aprendizagem e evolução.

No ano em que muitas vezes os fatores econômicos chamaram a atenção foi o lado humano o nosso foco. Após dois anos de restrições, por causa da pandemia, estes últimos meses foram voltados a trabalhar o relacionamento com nosso quadro de associados. Aos poucos nossos eventos estão voltando e podemos novamente reencontrar nossos associados, nossos amigos, cumprimentá-los e abraçá-los. Essa proximidade é fundamental dentro de uma Cooperativa, afinal, ela é feita de pessoas para pessoas. Foi nesse momento de dificuldades econômicas, com reflexos da estiagem e de alta na inflação, que tomamos a decisão de conceder um desconto aos nossos associados do Grupo B, logo após a definição, pela ANEEL, do nosso reajuste Anual. Anulamos um reajuste de mais de 15% nas tarifas de 98% de nossos associados, o que representou, entre agosto e dezembro, a distribuição de mais de R$1,5 milhão. Uma decisão difícil, mas importante. Reflexo de investimentos em usinas que nos permitem receitas para aplicar no desenvolvimento social e humano.

O ano de 2022, contudo, também esteve cheio de desafios para garantir energia de qualidade aos associados, especialmente nos meses de verão, que apresentaram temperaturas elevadas. Se por um lado isso provoca o aumento do consumo de energia por nossos associados, por outro traz dificuldades para a operacionalização do sistema e seus equipamentos. Felizmente, mais uma vez nossa infraestrutura mostrou estar preparada para atender nossos associados em momentos críticos, graças aos muitos investimentos realizados em subestações, bancos reguladores, transformadores, recondutoramento de redes, entre outros. Isso nos mostrou, realmente, que a Ceriluz está “Estruturada Para Atender Você”, nome de uma campanha que idealizamos apara mostrar o quão vital é nossa energia para atendimento de diversos setores produtivos, como o Agro, a Indústria e o Comércio, e também setores essenciais, como Saúde, Educação e Segurança.

Temos mostras de que 2023 será novamente quente, em temperaturas, mas também em calor humano. Queremos estar cada vez mais próximos de vocês associados, para que possamos nos conhecer melhor e juntos abrirmos portas que nos levem a dias cada vez melhores.

 GUILHERME SCHMIDT DE PAULI - Presidente Ceriluz Distribuição

Iloir de Pauli site2022Mais um ano se vai com uma velocidade que às vezes nos dá vertigens. Sabemos que os minutos, horas, dias e meses não se alteram, mas a sensação que temos é que cada vez corremos mais para alcançar nossos objetivos. Aqui na Ceriluz isso não é diferente. São inúmeros projetos em andamento, todos eles essenciais para se garantir a qualidade de energia aos nossos associados.

Especificamente na Ceriluz Geração, nesse ano tivemos a oportunidade de iniciarmos dois novos projetos de usinas, ambas, com propostas bem distintas. A primeira, já em fase de conclusão, é a CGH Augusto Pestana, de capacidade para gerar 1,4 Megawatts, que terá como finalidade reduzir as tarifas de energia de nossos associados consumidores de energia. Isso porque ela entregará energia no sistema de Geração Distribuída (GD), exatamente como fazem alguns de nossos associados ao instalar geração própria em suas residências. A diferença é que, ao invés de beneficiar um consumidor, essa geração será dividida entre todos os nossos associados. É uma energia que deixa de ser comprada para abastecer nossos associados e, portanto, que não será cobrada nas faturas de energia. O outro projeto, por sua vez, é estruturante. A PCH Linha Onze Oeste, no município de Coronel Barros, é uma usina de porte maior e que terá a capacidade de gerar 23,6 MW. Ela dará robustez ao sistema, garantindo qualidade e equilíbrio no abastecimento. Ambas, no entanto, com um papel ambiental muito relevante, geração de energia tão limpa que as duas unidades geradoras estão enquadradas como geradoras de crédito de carbono, o que vai agregar receita à cooperativa, além daquela resultante da sua geração de energia. Parte dessa receita, dos créditos de carbono, também esperamos reverter para nossos associados na forma de redução de tarifas. Usinas que representam não apenas energia forte e constante, mas trazem consigo um papel social muito relevante no atual contexto mundial, de crescimento do consumo de fontes energéticas poluentes e caras.

Realmente esses dois projetos marcam o ano que passou. Contudo, foi também um ano de pensarmos na continuidade do nosso trabalho. Foi com esse objetivo, de ter alguém preparado para seguir cuidando da Ceriluz, que em fevereiro, em nossa assembleia, demos um primeiro passo rumo à sucessão na Ceriluz. Nós, conselhos da Cooperativa, indicamos o nome de Guilherme Schmidt de Pauli para assumir a Ceriluz Distribuição, enquanto sigo à frente da Ceriluz Geração e do grupo. Está sendo um momento de preparação de um novo gestor, que em pouco tempo já demonstrou toda a sua capacidade e comprovou-se preparado para a função, trazendo novas ideias e inovações, sempre focadas nos associados.

Mudar é sempre muito difícil, mas precisamos saber quando chega esse momento, para que ele não ocorra de forma abrupta, mexendo com as estruturas da cooperativa, como já vimos em outras situações. A sucessão precisa ocorrer de forma natural e contínua, para que assim possamos seguir sempre inovando e crescendo junto de nossos associados. Que venha 2023 e traga junto seus desafios. Estaremos com fôlego renovado para encará-los.

ILOIR DE PAULI - Presidente da Ceriluz Geração

As equipes da Ceriluz e terceirizadas iniciaram nesse mês de dezembro a perfuração do túnel adutor da Pequena Central Hidrelétrica Linha Onze Oeste, em construção no município de Coronel Barros. Até esse dia 15 de dezembro dez metros de túnel já haviam sido escavados. O túnel está entre os maiores desafios do empreendimento, por ter uma extensão de 2,9 mil metros, com 12 metros de largura e 7,45 metros de altura, com previsão de ser finalizado em 14 meses. No primeiro momento a perfuração do túnel teve início pelo lado da barragem, no emboque, no entanto, serão instaladas duas frentes de trabalho, que irão atuar 24h/dia, nos dois sentidos - emboque/desemboque e desemboque/emboque – que devem se encontrar ao final das escavações. Para a perfuração do túnel está prevista a retirada de mais de 231,7 mil metros cúbicos de rocha. Sobre isso, até o momento, apenas nas escavações a céu aberto, calcula-se a retirada de 140 mil metros cúbicos de rocha do terreno.

O início da perfuração do túnel adutor foi precedido por um cuidado em relação à segurança dos trabalhadores. Antes do início das escavações foi realizado o chamado “Bate Choco” nos espelhos do túnel, ou seja, a verificação de rochas soltas no emboque e desemboque do túnel, que poderiam oferecer riscos de desabamento. Após a retirada das rochas soltas foi feita uma concretagem minimizando riscos para as equipes que trabalham na perfuração do túnel. Todo esse trabalho está sendo realizado pela empresa Pedra Branca, do Paraná, que já perfurou os demais túneis das outras usinas da Cooperativa.

Paralelo a esse trabalho já está em construção a barragem da usina. O projeto prevê sua construção em blocos, 16 no total. Junto ao corpo da barragem também foi iniciada a construção civil da comporta de fundos. Essa usina terá uma capacidade instalada de 23,6 Megawatts, sendo que para atingir a potência projetada será construída uma barragem de 6,48 metros de altura, que deve gerar um reservatório de 42 hectares, no leito do rio em sua maior parte.