Uma vez concluída a obra da Usina RS-155, a energia gerada vai acrescentar muito ao sistema elétrico regional, mesmo sendo vendida para a empresa paulista CPFL Energia. “A capacidade desta Pequena Central Hidrelétrica, de seis Megawatts, somadas a geração da Casa de Máquinas e da minicientral, tem uma grande importância para a cooperativa e ao sistema elétrico local, pois vai melhorar a qualidade de energia para todos na região”, garante o engenheiro eletricista, João Fernando Costa, responsável pelo setor de geração da Ceriluz. Isso, provocando um baixo impacto ambiental ao inundar apenas 1,66 hectares fora do leito do rio Ijuí.

Por se tratar de uma PCH de baixa queda (9m) e uma vazão de 80m³/s, o setor de engenharia optou por turbinas Kaplan verticais, que se diferenciam das demais usadas nas usinas da cooperativa, horizontais. “Em termos de geração não há grandes diferenciais, apenas optamos por esse modelo por apresentar um melhor custo/benefício”, explica Costa.

O engenheiro explica que para o transporte da energia gerada nesta hidrelétrica, tem-se a necessidade de uma subestação elevadora, uma linha de transmissão e uma subestação de conexão com a RGE, para se interligar ao sistema nacional. “Aí está à vantagem da Ceriluz, pois não teremos à necessidade de fazer investimentos em uma subestação de conexão, uma vez que esta já existe. Nós iremos utilizar a mesma subestação de conexão utilizada para a Usina José Barasuol, em Chorão”, destaca. É necessário, contudo, construir uma subestação elevadora, de 6,6 mil volts para 69 mil volts, ao lado da Casa de Máquinas, e uma linha de transmissão de 1,3 quilômetros até a subestação de Chorão. “Essa variação de tensão é necessária para diminuir as perdas elétricas e também custos, pois quanto maior a tensão do gerador, maior é o custo do mesmo. Em contrapartida, quanto maior a tensão menos se gasta em condutores elétricos. Por isso é fundamental se fazer uma análise de custo/benefício”, conclui Costa.

O presidente Iloir de Pauli ressalta que a nova usina trará tranquilidade ao setor. “A entrada em operação vai gerar uma grande solução para o sistema regional, neste período anterior a construção da nova subestação pelo consórcio Ceriluz, Demei, Hidropan e RGE, aqui em Ijuí”. Isso porque a Cooperativa vai colocar seis Megawatts à disposição, o que vai aliviar às redes antigas e reduzir a necessidade de se trazer energia de fora para estabilizar o sistema. Para o presidente, no entanto, a construção da nova subestação, em 2012, será a solução definitiva quanto ao transporte de energia, uma vez que vai colocar mais 160 MW à disposição. 

A nova Usina RS – 155 ingressa em fase de conclusão da obra. No mês de outubro o rio Ijuí foi totalmente desviado para que a barragem pudesse ser construída no leito. O trabalho avança na parte civil da Casa de Máquinas e da minicentral, restando apenas as suas conclusões para a água ser desviada para o túnel adutor, com exceção da vazão sanitária, que deve passar obrigatoriamente na alça original do rio.