O Setor agropecuário costuma apresentar crescimento na demanda por energia elétrica durante o período do verão. Entre os responsáveis por estes aumentos estão os pivôs de irrigação central, utilizados para amenizar a escassez hídrica nas lavouras de soja e milho, principalmente.
O consumo de energia elétrica por pivôs de irrigação central tradicionalmente começa a crescer a partir do mês de outubro e totalizou até janeiro de 2014 uma demanda somada de mais de 3.791.615 quilowatts/hora (kWh) nas propriedades abastecidas pela Ceriluz. A maior demanda ocorreu em dezembro, com um consumo de 1.173,987 kWh por pivôs, seguido de janeiro com 1.152.267 kWh. Para comparação, no mês de setembro, o consumo foi de 167.578 kWh.
Esta é uma demanda já prevista pela Cooperativa e, por isso, ela está preparada para assumi-la. No entanto, é recomendável aos produtores rurais que utilizam sistema de irrigação em suas lavouras, que o façam em horários adequados, minimizando assim os impactos no sistema. O horário considerado ideal para a utilização dos sistemas de irrigação é entre as 21h30 e 6 horas da manhã, período que os demais consumidores usam menos energia elétrica. Este espaço de tempo é chamado de Horário Reservado e, além de vantagens para o sistema, apresenta também ganhos para o produtor rural que paga um valor diferenciado na tarifa. Nos demais horários o consumidor que acionar os pivôs de irrigação irá pagar a tarifa normal, entre 6 horas e 18 h, ou pagará mais caro se ligar os pivôs no Horário de Ponta, das 18h às 21 horas. “A diferença de tarifas foi uma forma encontrada pela Agência Nacional de Energia Elétrica, para estimular o uso dos pivôs de irrigação em momentos em que a demanda por energia elétrica é menor, proporcionando ao consumidor a oportunidade de pagar menos pela energia consumida”, explica o responsável pelo setor de faturamento da Ceriluz, Dirlei Schiavo. Ele lembra que o uso inadequado pode reduzir as margens de lucro do produtor ao pagar uma tarifa mais cara, além de provocar um aumento desnecessário de demanda atingindo os demais consumidores conectados ao sistema.
O uso destes equipamentos no horário de ponta não é recomendado por ser neste período que ocorre a maior demanda por energia elétrica ao longo do dia. Conforme Schiavo, se acumulam o consumo por parte de indústrias, comércio, consumidores residenciais, iluminação pública e há também uma intensa demanda por parte de produtores rurais. “Considerando a realidade da nossa Cooperativa, também é neste horário que há um expressivo uso de equipamentos para produção agrícola, de forma especial ordenhadeiras, refrigeradores e máquinas para beneficiamento de alimentos para animais, enfim, alguns equipamentos que durante o dia estavam desativados”, afirma.
Nova subestação - Dentro da área de atuação da Ceriluz percebe-se uma concentração maior de pivôs de irrigação na região norte. Dos 51 equipamentos registrados pela Ceriluz, 16 estão em Santo Augusto, 14 em Chiapetta, 10 em Catuípe e quatro em Inhacorá, mesmo número de Coronel Bicaco. Os outros três estão divididos em Independência, Augusto Pestana e Boa Vista do Cadeado. Considerando esta realidade a Ceriluz vai instalar na região uma nova subestação para suprir esta demanda que é crescente. “O objetivo principal desta subestação é atender o aumento da demanda por pivôs de irrigação, equipamentos para a produção leiteira e também climatização”, explica o eletrotécnico Bráulio Schussler, responsável pelo setor de distribuição de energia. Segundo ele, a demanda naquela região representa aproximadamente 6 Megavolt-Ampere (MVA), sendo que, considerando os pedidos em consulta, esta demanda crescerá rapidamente exigindo melhorias no sistema.
A obra iniciou na última semana com os trabalhos de terraplanagem do terreno na localidade de São Jacó, em Santo Augusto. A subestação tem um investimento orçado em R$ 5 milhões e terá uma capacidade instalada de 10 MVA, divididos em dois transformadores de 5 MVA cada. “O aumento da capacidade de fornecimento de energia garantirá maior confiabilidade e qualidade ao sistema, permitindo a implantação de novos projetos sem riscos de sobrecarga”, explica Bráulio. A obra está sendo realizada pela empresa EMAN Engenharia, de Porto Alegre, e tem a previsão de ser entregue em aproximadamente sete meses. A nova subestação estará conectada a uma linha de transmissão de 69 mil volts disponibilizando uma energia de maior qualidade para atender a demanda dos associados locais.