A morte por afogamento do ator Domingos Montagner, ocorrido no dia 15 de setembro, trouxe um alerta para as pessoas que costumam se banhar em rios, especialmente em áreas não apropriadas para banho. Ele veio a óbito ao nadar em uma praia do Rio São Francisco, que fica abaixo da barragem da Usina do Xingó, em Sergipe, local onde o fluxo da água é regulado pela vazão das turbinas em operação. Trata-se de uma usina de grande porte, no entanto, os riscos também se aplicam às unidades geradoras menores, como as Pequenas Centrais Hidrelétricas. Por isso a Ceriluz lança um alerta às pessoas que vivem próximas das PCHs, bem como aos veranistas que com a proximidade do período mais quente começam a preparar suas atividades recreativas em rios. É expressamente proibido se banhar ou praticar esportes náuticos próximo às estruturas de geração de energia, como indicam placas de sinalização instaladas nestes locais.
Nas grandes usinas, entre os fatores que geram risco, está o fato da vazão no rio ser variável, dependendo de algumas situações. Turbinas podem ser desligadas ou entrar em operação a qualquer momento, conforme a demanda por energia elétrica. Quando o consumo sobe, por exigência do Operador Nacional do Sistema (ONS), a empresa operadora da usina pode colocar uma ou mais turbinas em operação, aumentando o fluxo da água após a barragem. Já no caso das PCHs essa situação é diferente, mas também com riscos. A geração normalmente é constante por parte de todas as turbinas, 24 horas por dia. A hipótese que exige atenção é quando ocorre o desligamento das redes que elas abastecem. Neste caso acontece o desligamento automático das máquinas, provocando o aumento do nível do rio na barragem, fazendo que a água transponha o barramento em minutos, aumentando assim o fluxo de água na chamada alça seca, que fica localizada após a barragem.
Além das placas de sinalização, no caso da PCH RS-155, a Ceriluz instalou também uma sirene de alerta que avisa quando ocorre o desligamento das máquinas, com consequente elevação do nível do rio. Aquela usina ganha atenção especial porque ali, logo à frente, existe uma associação com fins recreativos e também chácaras de veraneio. No caso de alguma pessoa se encontrar no rio e ouvir a sirene, deve imediatamente retirar-se, sob o risco das águas subirem rapidamente.
Quem reforça a necessidade de cuidados nas atividades recreativas junto aos rios é Capitão Batista, do Corpo de Bombeiros de Ijuí. “No ano de 2015 nós tivemos 13 ocorrências de afogamento em nossa área de ação e todos eles aconteceram em locais que eram impróprios para banho”, afirma ele. Como regra geral o capitão orienta os banhistas a sempre verificar a sinalização nos locais e obedecê-las, jamais nadando em local proibido ou desconhecido e sozinho, priorizando balneários com apoio de salva-vidas.
ORIENTAÇÕES DO CORPO DE BOMBEIROS
· Não nadar em local sem sinalização e acompanhamento de salva vidas;
· Obedecer a sinalização sobre a proibição do banho;
· Nunca nadar sozinho;
· Não ingerir bebidas alcoólicas ou outras drogas antes de entrar em rios;
· Evitar lugares com águas escuras, ou seja, onde não se conhece a profundidade e o que há no fundo;
· Não entrar no rio saltando de barrancos ou com cordas. Além do risco de afogamento podem ocorrer fraturas ou lesões permanentes;
· Não sabendo nadar, ficar com água sempre abaixo da linha da cintura;
· Nos locais adequados, permanecer próximo à pessoa que estiver fazendo a guarnição;
· Evitar brincadeiras (trotes) simulando afogamento;
· Redobrar a atenção com crianças, nunca deixá-las sozinhas;
· Ao usar embarcações, o condutor deve ser habilitado e todos devem usar sempre coletes salva vidas;
· Evitar sobrecarregar a embarcação e não se aproximar de banhistas.
COMO AGIR EM CASO DE RISCO DE AFOGAMENTO
· Manter a calma;
· Evitar nadar contra a correnteza, mas sim a favor dela para não se cansar, buscando um lugar adequado para sair do rio;
· No caso de alguém estar se afogando, buscar salvá-lo jogando boias, cordas ou mesmo usando galhos;
· Não abordar fisicamente a pessoas que estiver se afogando, sob o risco de também ser puxado para o fundo, vindo a se tornar mais uma vítima;
· Quando alguém estiver se afogando ou quando identificar alguma situação irregular que apresente risco, chamar imediatamente os bombeiros pelo telefone 191.