Na última semana a Ceriluz recebeu o montante de R$ 600 mil referentes à venda de créditos de carbono retroativos à produção de energia da Usina José Barasuol, entre os anos de 2004 – quando entrou em operação – e maio de 2007. A Cooperativa vendeu seus créditos para uma empresa holandesa, através de um processo organizado pela Ecoinvest. A expectativa é de vender, ainda através desta empresa, os créditos gerados entre o mês de maio e novembro deste ano, já que neste mês a cooperativa torna-se, efetivamente, uma produtora de créditos de carbono certificada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Créditos de Carbono ou Redução Certificada de Emissões (RCE) são certificados emitidos quando ocorre a redução da emissão de gases do efeito estufa. Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivale a um crédito de carbono. Este crédito pode ser negociado no mercado internacional e os créditos de carbono criam um mercado para a redução dos gases do efeito estufa dando um valor monetário à poluição. Acordos internacionais como o Protocolo de Quioto determinam uma cota máxima que países desenvolvidos podem emitir. Assim, aqueles países ou indústrias que não conseguem atingir suas metas de redução de emissões tornam-se compradores de créditos de carbono. Por outro lado, aquelas indústrias que conseguiram diminuir suas emissões abaixo das cotas determinadas podem vender o excedente de “redução de emissões” no mercado nacional ou internacional. É o caso da Ceriluz.

A Ceriluz encaminhou há dois anos o projeto de Redução Certificada de Emissões para a ONU. O projeto já recebeu aprovação, porém ficará ainda por três meses à disposição na ONU para análise. Caso não haja nenhuma ressalva, a partir de 30 de novembro a cooperativa estará definitivamente certificada. “Esse retorno que estamos tendo hoje é resultado de uma geração de energia de forma limpa e planejada desde o início do projeto da Usina José Barasuol”, comenta o presidente Iloir de Pauli.

A partir da certificação, a Ceriluz receberá um selo e poderá fazer a venda direta de seus créditos pela bolsa de valores. A comercialização pode ser feita mensalmente ou pode ser acumulada até encontrar um bom preço. A Ceriluz já recebeu propostas de empresas internacionais para a compra das 1.500 toneladas em créditos de carbono que são geradas mensalmente pela cooperativa. O faturamento mensal desta venda poderá representar cerca de 20% do valor do financiamento que a Ceriluz paga mensalmente pela construção da Usina José Barasuol. “O investimento que fizemos em geração de energia tem trazido muito retorno para nós. É por isso que continuaremos investindo em novos projetos para garantir nossa auto-suficiência e, conseqüentemente, mais benefícios para os nossos associados e colaboradores” avalia de Pauli.