Projeto de intercooperação, que envolve cooperativas e empresas do setor energético, inicia estudos na área de geração de energia eólica, para verificar viabilidade de investimentos. “A energia hídrica, a partir das Pequenas Centrais Hidrelétricas, continua sendo nosso principal foco, contudo, com os acontecimentos atuais do mercado energético não podemos deixar de pensar nas energias alternativas”. Esta afirmação é do presidente da Ceriluz, Iloir de Pauli, ao explicar uma nova parceria formada pela Cooperativa, com o objetivo de realizar os primeiros estudos sobre o potencial eólico na região. Baseada no 7º princípio do cooperativismo – a intercooperação – a Ceriluz passa a integrar um consórcio que envolve as cooperativas Certhil, de Três de Maio e Creluz, de Pinhal, além da empresa Ecoprojetos Ltda., de Chapada, que representa um grupo alemão fornecedor de equipamentos para medição do vento, grupo que constitui uma nova organização: a Copervento Giruá S/A, da qual a Ceriluz detém 25%.

O objetivo da Copervento é investir na construção de torres eólicas, apostando em um novo mercado que se abre. Contudo, o primeiro passo será fazer o monitoramento dos ventos em um local já definido no município de Giruá. Na área em questão já existe uma outorga da Agência Nacional de Energia Elétrica e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental, para a realização de projeto de 10 torres de 2 Megawatts (MW) cada uma, totalizando assim um parque de 20 MW instalados. O estudo atual está baseado na medição em torres de 42 metros e a Copervento Giruá vai fazê-lo a partir de torres de 110 metros de altitude, ampliando assim a capacidade instalada. A velocidade dos ventos será monitorada durante dois anos, 24 horas por dia, para identificar o real potencial existente. Este período é a exigência mínima da Aneel e Fepam para conceder Licença de Instalação (LI) de parques eólicos. Estes dados serão encaminhados para a empresa alemã que dará certificação para que o projeto básico seja encaminhado à Agência Nacional de Energia Elétrica.

Conforme o presidente Iloir de Pauli, a possibilidade das cooperativas investirem nessa fonte de energia renovável se abre a partir do momento que os equipamentos vêm se tornando mais eficientes e ao mesmo tempo que os custos vêm se reduzindo, influenciados pela inserção de novas fábricas de aerogeradores no mercado. A estimativa é que os custos tenham sofrido uma queda média de 40%. Ele acredita que em breve, devido a redução dos potenciais hídricos, a energia eólica possa ser mais interessante para as cooperativas do que as Pequena Centrais Hidrelétricas. O presidente da Ceriluz destaca ainda que as atuais políticas de governo prometem incentivos para investidores que se voltarem às energias alternativas.

Informações de mercado:

Os investimentos em energia eólica no país estão em franca expansão. Um dos termômetros desse comportamento é a carteira de pedidos de financiamento junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que disparou neste ano e atingiu R$ 8 bilhões. Os atuais investimentos se explicam em dois fatores. O primeiro é o real potencial existente no país. Já o segundo é o aumento de fabricantes de equipamentos de aerogeração, no Brasil. Devido a crise na economia mundial, especialmente com a retração dos investimentos de EUA e Europa em energia eólica, o Brasil passou a atrair grandes fabricantes, passando de três há alguns anos para 13, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica. Empresas como Impsa, Wobben, GE, Vestas, Suzlon, Gamesa, Alstom e Siemens têm fábricas de equipamentos e aerogeradores em solo brasileiro. A implantação de projetos eólicos também apresenta vantagens nas questões regulatórias e ambientais, em relação às Pequenas Centrais Hidrelétricas (Fonte: Folha de S. Paulo e Brasil Econômico – 20/10).