A qualidade na distribuição de energia depende da permanência das redes em perfeitas condições. Entre os principais fatores que comprometem seu funcionamento estão intempéries climáticas, que por meio de raios e vendavais, provocam danos à infraestrutura. Os ventos são auxiliados por árvores localizadas próximas às redes, que ao quebrar, caem sobre os cabos rompendo-os e interrompendo o fornecimento de energia. Para minimizar estas situações as equipes da Ceriluz realizam o corte e poda de árvores localizadas próximas das redes. Isso, no entanto, segue regras definidas por uma licença ambiental.
Para poder fazer o manejo e controle das árvores próximas às redes de distribuição de energia a Ceriluz possui uma Licença Ambiental emitida anualmente pelo Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (DEFAP), mediante relatório técnico encaminhado anualmente. “Nós temos em torno de 4.600 quilômetros de redes de distribuição de energia em diferentes municípios de atuação e esta licença ambiental serve para nos dar autorização para poda e corte eventual de árvores que estejam ameaçando o fornecimento de energia”, explica o engenheiro florestal Jorge Schirmer, que presta serviços à Cooperativa. A licença, no entanto, define um limite para a realização desta interferência, caracterizada por uma faixa de 10 metros de largura, cinco metros para cada lado considerando a rede como referência central. “Se existir uma árvore cujo pé está fora desta área limite, mas a copada estiver caindo sobre a rede, esta licença também nos permite a sua poda ou corte”, acrescenta Schirmer. Fora isso, as equipes da Ceriluz não estão autorizadas a realizar nenhum tipo de corte de árvores nas propriedades, necessitando de vistorias do engenheiro florestal em casos especiais.
O material resultante da derrubada destas árvores é de posse do proprietário da área onde cruza a linha de distribuição de energia. Neste caso, o associado pode utilizá-la, sendo exótica, inclusive com possibilidade de comercialização. Porém, sendo nativa, o consumo precisa ser feito na propriedade na forma de lenha ou palanques, não podendo ser transportada em vias rurais e urbanas. Havendo, excepcionalmente, uma árvore de grande porte que gere madeira para construção, há a necessidade da emissão de uma licença especial de transporte para uma serraria também devidamente legalizada. “Em cada local onde ocorreu o corte nós registramos as árvores cortadas, suas espécies e quantidade, e estes dados são apresentados em relatório ao DEFAP”, lembra Schirmer. Após a limpeza da área sob as redes o proprietário também pode aproveitá-la com fins produtivos. O engenheiro recomenda, no entanto, não plantar árvores, sejam elas frutíferas ou exóticas, considerando que ao crescerem voltarão a causar danos à rede e irão dificultar o acesso de equipes de manutenção da Ceriluz, em caso de danos naquele trecho da rede.
O que são árvores exóticas e nativas?
Árvores Exóticas: aquelas espécies que não são encontradas originalmente nas áreas florestais da nossa região. Ex: uva do Japão; eucalipto, pinheiro americano, cinamomo; amora, cipreste etc. Estas árvores, em área rural, quando não estão localizadas em Área de Preservação Permanente (APP), podem ser cortadas independente de licença ambiental.
Árvores Nativas: Aquelas encontradas originalmente em nossas florestas. Ex: angico, cedro, loro, cabriúva, guajuvira etc. Estas árvores possuem uma proteção especial e para fazer a poda ou corte há a necessidade de uma licença ambiental que pode ser obtida nos órgãos competentes municipais.