A construção de uma usina inclui muito mais que apenas a construção civil. Entre as ações exigidas previamente estão estudos arqueológicos, geológicos e ambientais. Todos eles têm consequências durante as obras e até posteriormente. Os estudos ambientais envolvem a identificação da fauna e flora local e a definição das estratégias de preservação e reposição vegetal. Prestes a completar um ano da conclusão da construção da Usina RS-155, atualmente os trabalhos se voltam justamente ao plantio de mudas nativas nas Áreas de Preservação Permanente (APPs).
Ronaldo Wiersinski, responsável pelo plantio das mudas, explica que o trabalho de reposição florestal é obrigatório, exigido pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM). “O manejo está ocorrendo nas Áreas de Preservação Permanente, nos leitos da barragem, próximo à saída das águas turbinadas e nos afluentes do rio Ijuí”, relata. Para fazer a recuperação da área está sendo utilizada a técnica chamada de Plantio Heterogêneo, que prevê a implantação de mudas diversificadas em um mesmo espaço, de modo a simular as características de uma mata natural. Ronaldo reforça que estão sendo utilizadas 23 espécies diferentes, enquadradas como primárias, secundárias e climácicas. Seguindo as recomendações técnicas são plantadas 1.667 mudas por hectare, sendo que atualmente mais de 4,3 mil já foram implantadas no local. “Nós começamos o plantio no mês de fevereiro e, por serem meses quentes e de chuvas mal distribuídas, utilizamos um sistema de irrigação para controlar a pega destas plantas”, conta o técnico. Além do clima, outro fator que dificulta o plantio é o solo pedregoso existente no local, uma vez que a maior parte da rocha retirada na obra foi depositada no terreno e posteriormente coberta com terra. O período atual vem sendo o mais favorável para o plantio, quando as mudas se adaptam melhor devido à umidade. A expectativa é concluir o plantio de 7,8 mil mudas até o final do ano, cumprindo com as determinações da FEPAM.
Além da Usina RS-155, as demais unidades geradoras da Ceriluz – usinas Nilo Bonfanti e José Barasuol – também passaram pelo processo de plantio de mudas em APPs, sendo que atualmente registram o manejo das áreas, com vistorias e reposição onde há necessidade.