A Ceriluz registra com frequência a presença de pescadores próximos às áreas de suas usinas, especialmente nas barragens. Trata-se de uma prática predatória ilegal, já que a pesca é proibida a uma distância mínima de 200 metros de qualquer estrutura física de usinas, incluindo a Casa de Máquinas. Essa distância sobe para 1.500 metros durante o período da Piracema, que se estende de outubro a fevereiro. Considerando esse fato a Cooperativa investiu na instalação de câmeras de vídeo para o monitoramento daqueles pontos.

“Estas câmeras são monitoradas 24 horas por dia e as imagens são repassadas diretamente à PATRAM - Patrulha Ambiental de Cruz Alta, onde os militares conseguem identificar os infratores e até mesmo surpreendê-los e puni-los de acordo com a lei ambiental”, explica Ronaldo Wiercinski, técnico ambiental da Ceriluz. O flagrante dos pescadores os sujeita ao pagamento de multa, detenção e a processo perante a esfera federal. “Com o objetivo de esclarecer as pessoas que por ventura se dirijam às usinas da Ceriluz, foram reinstaladas placas informando sobre as proibições para a pesca, caça e também a prática de esportes náuticos nestes ambientes”, acrescenta Ronaldo.

Essa é uma das iniciativas da Ceriluz que visam reduzir os impactos ambientais causados pelas usinas sobre a fauna íctica. Soma-se a ela a implantação de uma escada de peixes junto ao corpo da barragem da Usina José Barasuol, mecanismo que ajuda as espécies a transpor a barreira artificial. Para verificar a funcionalidade desta estrutura a Cooperativa - por meio de seu setor ambiental e em parceria com biólogos contratados - realiza campanha de coleta de peixes no período da Piracema. Consiste na captura dos peixes que se deslocam pela escada, de quatro em quatro horas, num período de 24 horas, quando é feita a identificação, contagem e a posterior soltura no reservatório da usina. Alguns exemplares são analisados em laboratório para verificar se estão ou não em período de reprodução e um relatório é encaminhado à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM). Outro projeto consiste no monitoramento de exemplares de peixes por meio de estações de radio-telemetria. Por meio dele alguns peixes de espécies migradoras distintas recebem sinalizadores de rádio cujos sinais são captados nas estações. Assim é possível acompanhar o deslocamento destes peixes rio acima ou abaixo, verificando se estes estão transpondo a barragem.

A entrevista completa com o técnico ambiental Ronaldo Wiercinski pode ser acompanhada no Informativo Ceriluz desta semana, onde ele traz mais detalhes sobre os projetos ambientais nas usinas da Cooperativa.